RESENHA: PESTILENCE, CARNATION, VULTURE em São Paulo/SP
25/04/2018 21:30 em Resenhas

 

 

PESTILENCE – Vic Club (São Paulo/SP) 07/04/2018

Abertura: Vulture (São Paulo) - Carnation (Bélgica)

Produção: Storm Productions

 

O PESTILENCE é uma banda de death metal holandesa, criada em 1986, possui 7 álbuns oficias e vários singles, como toda banda underground, a mesma passou por alguns problemas em sua carreira, só que no caso deles, trocas de formação e problemas com gravadoras, culminaram com a banda ficando em um hiato que durou por mais de dez anos. O grupo é liderado pelo único membro original, o vocalista e guitarrista Patrick Mameli e iniciou praticando um Thrash Death bem oldschool, sendo considerada uma das bandas pioneiras desse estilo. Em 2009, a banda retornou com o excelente e brutal trabalho chamado “Resurrection Macabre”, com uma proposta bem mais extrema, provando que o PESTILENCE estava de volta.

Hoje em dia a banda pratica um Death Metal bem mais técnico e possui influências que passam desde o Metal Extremo até o progressivo.

Graças à produtora Open the Road, esta é a primeira vez que o grupo holandês toca no Brasil. E a turnê de estreia pelo País vem com o lançamento do novo álbum, “Hadeon”, que saiu em janeiro deste ano, pela Hammerheart Records.

A banda desembarcou em São Paulo/SP no dia 05 de abril e o ponta pé inicial da turnê seria pela cidade de Limeira, que infelizmente teve seu show cancelado pela baixa vendas nos ingressos. No dia 06 a banda se apresentou em Belo Horizonte (MG), para no dia 07 se apresentar aqui em São Paulo, sob  organização da Storm Productions, uma das produtoras mais sérias do underground.

 

VULTURE

A primeira banda a subir ao palco foi o VULTURE. Assim que os acordes de “Kill Or Not To Kill”, foram entoados pelo P.A da casa, já foi o bastante para os Deathbangers que ainda estavam ao lado de fora, colocando aquele papo em dia, entrarem correndo para dentro do Vic Club.

Quem já teve o prazer de assistir alguma apresentação dessa banda, sabe muito bem o que esperar. Liderado pelo vocalista e guitarrista Adauto, a banda contou com uma performance sobrenatural, apresentando um death metal bastante tradicional, rápido, com um trabalho bem sincronizado pelo baterista André e guitarras bem pesadas e diversificadas pela dupla Adauto e Yuri Schumamn. O baixista Max Schumann também mandou muito bem.

Sons como: “Omniscient Ignorance” do último álbum oficial, “Evil War Domination” do primeiro trabalho de 2005, entre outros torpedos metálicos, atraíram os bangers para beirada do palco para celebrar com a banda.

Fecharam a apresentação, com um dos sons mais esperados da noite: “Abençoado seja o Homem Ateu”, provando mais uma vez que o VULTURE é uma das bandas mais importantes e profissionais da cena underground.

 

CARNATION

Ainda desconhecido entre a maioria dos bangers brasileiros, o CARNATION, subiu ao palco como banda grande e fez os presentes baterem cabeça do início ao fim.

O set durou mais ou menos 40 minutos e isso foi o bastante para banda provar o poderio de fogo que possui.

Praticando um Death Metal bem cru e com fortes influências do death metal sueco, a banda realmente conseguiu agradar bastante o público. Tocando sons de seu primeiro EP “Cemetery of the Insane” e outros sons novos, a banda foi uma grata surpresa nessa noite. Sons como “Hellfire”, “Cemetary of the Insane”, “Explosive Cadavers”, fizeram o pessoal se espremer em frente ao palco.

Destaque para o vocalista Simon Duson que durante a apresentação interagia muito e ficava tão vermelho, que parecia que estava de corpse paint feito com sangue (Risos)

 

PESTILENCE

Sem muita delonga, finalmente a atração da noite sobe ao palco. Vale destacar que a essa hora a casa já estava tomada, novos e velhos fãs aguardavam empolgados o início da pancadaria.

De fundo os P.A rolam a intro do novo trabalho “Hadeon” e na sequência a pancadaria tem início ao som de “Non Physical Existent”!

Para não perder o público de mão, já emendam com o primeiro clássico da noite “Malleus Maleficarum / Antropomorphia”, fazendo o público abrir as primeiras rodas de mosh pit da noite e fazer a casa inteira bater cabeça, incluindo o redator que vos escreve, mesmo com tantos anos e carreira, o vocal de Patrick soa tão potente como no início de carreira, o restante da banda formada por Calin Paraschiv também na guitarra, o jovem e preciso Tilen Hudrap no baixo e o sobrenatural Septimiu Hărşan na bateria, o cara simplesmente moeu o seu kit. A cada som, provava que estão em uma ótima fase de sua carreira.

Sem dó e sem nenhuma piedade, a banda solta outro de seus clássicos “Subordinate to the Domination”, que faz mais rodas se abrirem e braços se levantarem. Nessa ocasião eu que estava no mezanino da casa, que diga-se de passagem um excelente e cômodo lugar para registrar aquele vídeo bem gravado, o que se via lá de cima era um público que a cada som se massacrava de tanto bangear.  Ao som de outro clássico, “Commandments”, vi os primeiros stages dives, mas vale ressaltar e dar os parabéns, durante todo o evento não foi visto nenhuma briga com todos se respeitando, demostrando o amadurecimento dos bangers presentes.

“Dehydrated”, abre os clássicos do segundo álbum da banda, ”Chronic Infection” fez o público bangear ainda mais, “The Secrecies of Horror” explode nos amplificadores e traz um dos sons mais legais do albúm “Testimony of the Ancients” lançado no início dos anos 90. Após uma pausa, que serviu para os deathbangers encherem o caneco, eis que vem “Twisted Truth”, cadenciada e pesada na medida certa. Que solos magníficos esse som possui, demonstrando toda técnica dos músicos.

Chega de descanso pois “Land of Tears”, mais um mortífero clássico, é entoado e as rodas voltam a se abrir. O público canta ao limite dos pulmões o refrão e se aperta ainda mais na beirada do palco.

Nessa altura era mais que nítido que aquele show ficaria na memória de muitos e seria assunto positivo entre os bangers presentes.

Ainda houve tempo “Mind Reflections “, do albúm “Spheres”, lançado em 93 e a banda finaliza o espetáculo com o tão esperado e mais conhecido clássico da banda: “Out of the Body”. Nem preciso dizer que o público, que já estava cansado, evocou forças de onde não tinha mais e abriu o que seria a última roda de mosh pit da noite.

Ao final do evento, e uma merecida descansada no camarim, tanto o PESTILENCE como o CARNATION, vieram até o público para trocar uma ideia e tirar alguns selfies. Não poderia deixar de citar um fato que chamou a atenção do público e se tornou até engraçado, graças ao vocalista do PESTILENCE Patrick Mameli. Em vez de optar pelas tradicionais brejas, colocou vários litros de leite em cima de seu amplificador. Por isso, foi carinhosamente apelidado pelos seus fãs de “Patrick Milk” (Risos)

Noite essa que provou muitas coisas, dentre elas, que mesmo havendo outros eventos no mesmo horário, o público se dirigiu primeiro para o Vic Club, onde sob a excelente produção de Robson Arulac & Storm Productions, provou mais uma vez que se superam a cada evento. Vale citar também, a pontualidade do evento, que encerrou em um ótimo horário, dando várias opções para o público voltar para suas residências em segurança. Sinceramente, espero que muitos outros produtores abracem essa ideia de iniciar eventos mais cedo dando outras opções ao público após o mesmo.

 

Agradecimentos especiais: Robson Arulac, Ronaldo Xulipa e VULTURE que concedeu uma entrevista para o programa Power Thrashing Death.

 

Link para ouvir a entrevista: Clique aqui 

 

(Texto: Reinaldö S.Steel - Fotos: Ronaldo Xulipa)

 

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